É importante ressaltar que há muita confusão sobre o que é individualidade e sobre o que é individualismo. Comportamentos individualistas são, não raras vezes, traduzidos e tidos como individuais - o que denota um grande engano. A individualidade pressupõe independência e liberdade com consciência nos pensamentos e nas ações e não, prepotência ou violência.
Individualismo é, a bem da verdade, um outro nome para nosso velho conhecido: o egoísmo. E todos nós, indiscutivelmente, nos vemos cercados de atos individualistas e, em contrapartida, protagonizamos atos igualmente individualistas. Porém, existe uma outra concepção, também baseada no conceito de indivíduo, essencial para o crescimento, para o amadurecimento, para o autoconhecimento e para o auto-aperfeiçoamento: a individualidade. Parece a mesma coisa, mas não é!
O ser individual não vê as diferenças como uma constante ameaça a ser, na melhor das hipóteses, arduamente tolerada, quando não menosprezada ou até mesmo eliminada, mas respeitosamente as considera apenas o que legitimamente são: outras formas e possibilidades de se viver e de agir no mundo. O ser individual procura sempre corrigir a si mesmo, pois sabe que as pequenas mudanças pessoais, quando somadas, fazem uma tremenda diferença.
É algo parecido com a história dos grãos de arroz que deixamos no prato: se um milhão de pessoas fizerem isso diariamente, serão um milhão de grãos desperdiçados, que poderiam matar a fome de muita gente. As pequenas mudanças pessoais são como esses grãos de arroz.
O pardal e a pomba
Gosto de mencinar uma fábula bastante singela, que fala sobre a paz, que ilustra bem o poder da individualidade:
"Numa tarde de inverno europeu, um pardal encontra uma pomba silvestre e pergunta:
- Você sabe me dizer quanto pesa um floco de neve?
- Nada de nada - respondeu a ave.
- Nesse caso, vou lhe contar uma história maravilhosa - disse o pardal. Eu estava sentado no ramo de um pinheiro quando começou a nevar. Era tudo tão lindo e, como eu não tinha nada melhor a fazer, passei a contar os flocos de neve que se acumulavam nos galhos e agulhas do meu ramo. Contei exatamente 3 741 952. Quando o floco número 3 741 953 pousou sobre o galho - nada de nada como você diz - o ramo se quebrou.
Dito isso, o pardal bateu asas em retirada. A pomba, porém, mergulhada em profunda reflexão, concluiu:
- Talvez esteja faltando uma única voz para trazer paz ao mundo."
Aquele que opta pela individualidade consciente sabe o quanto é essencial poder andar por um Caminho que foi originalmente concebido para ser trilhado por todos, sem distinções.
escrito por Rosana Biondillo (extraído do blog Yoguices)
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